Hoje eu quero conversar com você sobre um tema que está cada vez mais presente nos consultórios, nas redes sociais e, principalmente, na vida de milhares de pessoas: a reposição hormonal.
Esse conteúdo é resultado de muito estudo, atualização constante, horas de pesquisa em bases científicas sólidas como PubMed, Cochrane e Google Acadêmico. Por isso, se esse tipo de conteúdo te ajuda, eu te peço agora: curta esse vídeo, se inscreve no canal e compartilhe com quem precisa desse tipo de informação. Isso me ajuda a continuar levando conhecimento de qualidade para você e para muita gente que ainda tem muitas dúvidas e medos sobre esse assunto.
Eu quero começar desmistificando um ponto muito importante: a reposição hormonal não é apenas para tratar sintomas da menopausa ou da andropausa. Muita gente ainda acredita que só mulheres acima dos 50 ou homens com queda de libido devem pensar em repor hormônios. Isso não é verdade. A ciência já demonstrou que o que determina a necessidade de uma reposição hormonal não é a idade, e sim o estado fisiológico do corpo e os níveis hormonais reais.
É por isso que cada vez mais pessoas, inclusive jovens, vêm buscando essa avaliação. Mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos, amenorreia, cansaço extremo, baixa libido ou ciclos menstruais muito irregulares, por exemplo, podem apresentar deficiências hormonais reais. Homens jovens com fadiga persistente, perda de massa muscular, desmotivação e disfunção erétil também podem ter deficiência de testosterona ou de outros andrógenos.
E nos jovens, todos esses distúrbios precoces, vêm a reboque de um estilo de vida inadequado ao nosso organismo, com perda do sono, muito tempo de tela do celular ou computador, dieta rica em alimentos processados, muito carboidrato e pouca proteína, sedentarismo, etilismo precoce ou, ainda hoje, tabagismo. Os jovens podem estar muito inflamados e acima do peso; o que leva ao um estado de redução progressiva da produção hormonal, e, claro, não necessariamente ligado à idade.
E o mais interessante é que quando você trata a causa dessa deficiência — seja ela nutricional, inflamatória ou disfunção mitocondrial — muitas vezes o corpo volta a funcionar melhor sozinho. Mas em alguns casos, sim, a reposição hormonal é uma estratégia terapêutica segura, eficaz e profundamente transformadora.
Um outro ponto que gera muita dúvida e medo, principalmente entre as mulheres, é a relação entre diabetes, menopausa e reposição hormonal. Muita gente me pergunta se pode fazer reposição estando diabética. E a resposta é: sim, deve fazer. A menopausa, por si só, já aumenta a resistência à insulina, o acúmulo de gordura abdominal e o risco cardiovascular. O estrogênio tem um papel protetor importante no metabolismo da glicose e na sensibilidade à insulina.
(Aqui no youtube eu tenho video sobre todos os hormônios - dá uma olhada na minha playlist sobre hormônios)
Muitos estudos mostram que a reposição de estrogênio, especialmente quando associada à progesterona, (ambos iso moleculares - ou seja iguaizinhos aos nosso) pode ajudar a controlar o perfil glicêmico, melhorar o sono, o humor, a cognição e ainda proteger ossos e coração.
Mas é claro: isso não deve ser feito sem acompanhamento. É preciso avaliar o tipo certo de hormônio, a via de administração mais eficaz e a forma como o corpo está metabolizando esses hormônios. E isso nos leva a outro ponto importante.
Algumas mulheres que fazem reposição transdérmica — ou seja, usando cremes ou géis na pele — acabam não sentindo tanta melhora nos sintomas da menopausa. Isso pode acontecer por vários motivos: absorção cutânea deficiente, dosagem inadequada ou metabolização insuficiente no fígado. Nessas situações, a gente pode ajustar a dose, ou mudar a via para implantes hormonais subcutâneos (embaixo da pele em forma de pellets - pequenos comprimidos de hormônios, iguais aos nossos, reabsorvíveis) que oferecem liberação contínua por meses e excelente biodisponibilidade.
Nada disso é feito no achismo. É ciência, com rastreio laboratorial, escuta clínica e personalização. Porque cada corpo responde de um jeito.
E aí vem uma das perguntas que mais escuto: quais são, afinal, os hormônios mais importantes para a mulher na menopausa? O tripé clássico é composto por estradiol, progesterona e testosterona. Sim, mulheres também produzem testosterona, e ela é fundamental para energia, libido, foco mental, decisão e preservação da massa muscular.
Além desses, alguns casos exigem olhar com mais carinho para o DHEA, que é um precursor androgênico com função imunomoduladora e anti-inflamatória. Melatonina, que regula o sono e também atua como antioxidante e diminui a resistência à leptina ajudando também na manutenção do peso saudável, e hormônios tireoidianos, especialmente em mulheres com hipotireoidismo clínico ou subclínico, também entram nesse contexto.
E falando nos homens — especialmente aqueles com mais de 50 anos — a pergunta que recebo com frequência é: “Devo repor testosterona?”
Se você sente que sua energia está baixa, sua libido diminuiu, seu humor oscila mais do que antes, sua força muscular caiu e sua barriga cresceu, vale a pena investigar. Não queira se transformar lenta e gradativamente naquele velho rabugento.
A chamada andropausa, ou deficiência androgênica do envelhecimento masculino, não é mito. É real, documentada e tratável. A reposição de testosterona em homens bem indicada, pode melhorar a composição corporal, a sensibilidade à insulina, a saúde cardiovascular, o desempenho sexual e até o humor.
Mas é fundamental monitorar indicadores como PSA, hematócrito, enzimas hepáticas e marcadores inflamatórios. O tratamento é seguro quando bem feito. O problema está na automedicação e na falta de individualização.
A história da reposição hormonal tem altos e baixos. Houve tempos em que se acreditava que todo mundo deveria repor. Depois vieram os estudos que demonizaram a prática, especialmente por causa de pesquisas mal conduzidas com hormônios sintéticos. Hoje, com o avanço da medicina , na síntese de hormônios iso moleculares - ou seja - exatamente iguais aos nossos (ipsis litteris) e com ferramentas como exames de saliva, DUTCH test, painéis genéticos, exames de microbioma e metabolômica, a abordagem é mais segura, eficaz e baseada na individualidade de cada paciente.
Então, resumindo, o que vale não é a idade no calendário, mas o quanto seu corpo está em equilíbrio. A reposição hormonal não é vilã. Ela é uma ferramenta poderosa quando usada com critério, ciência e cuidado. E pode, sim, mudar vidas — devolver vitalidade, preservar a saúde, prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida em todas as idades.
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Nos vemos no próximo vídeo. Até lá,
Um abraço, tchau.